Muitos não sabem, mas as estruturas da Firjan SENAI Campos, no Jardim Maria de Queiroz, vieram direto dos campos da Segunda Guerra Mundial: o antigo hangar, transformado em escola em 1948, foi um dos espólios dedicados ao Brasil em agradecimento pela participação do país nos campos de batalha da Europa. Nesta semana, a edificação que dava suporte a aviões militares abrigou iniciativa mais nobre: a Mostra SENAI de Projetos Integradores, na qual os alunos apresentaram 11 soluções tecnológicas para problemas reais que afligem as empresas do Norte Fluminense – tendo o Porto do Açu como um dos principais apoiadores.
É o caso, por exemplo, da Ferroport, responsável pela operação do terminal portuário de minério de ferro, que no ano passado bateu recorde de exportações. Alunos dos cursos de “Operador de Equipamentos Portuários”, “Operador de Produção Industrial” e de “Técnicas de Manutenção Eletromecânica” desenvolveram um aplicativo para ajudar operadores portuários na troca de turnos; um sistema automatizado para refeitórios de larga escala; e um protótipo de Guincho Inteligente Móvel, feito com peças de Lego, com sensores de inclinação e monitoramento de peso em tempo real – modernizando, assim, a operação tradicional, e dando maior segurança aos trabalhadores e a uma indústria de bilhões de reais. Os projetos são desenvolvidos por estudantes de cursos técnicos e de qualificação no fim de cada curso, a partir da identificação, junto às empresas da região, de possíveis gargalos de produção e de gestão.
A Mostra acontece simultaneamente em todas as 27 unidades da Firjan SENAI do estado do Rio, e conta ainda com palestras sobre prototipagem, incubação de startups, criação e gestão estratégica de modelos de negócios, entre outros temas. O encontro acaba sendo também uma porta de entrada de profissionais na indústria – que, segundo pesquisa da Firjan, tem o maior salário médio de admissão entre todos os setores da economia, como Comércio e Serviços -, além de indicar de forma prática os novos caminhos da produção industrial. Assim, em vez da guerra, o ex-hangar presencia ao longo desses anos outras máquinas sendo usadas a serviço da indústria e do desenvolvimento socioeconômico do Norte Fluminense.
*Com informações da Ascom Firjan










