A primeira biorrefinaria de biometano na região Norte do Rio de Janeiro começa a sair literalmente do papel, com previsão de entrar em operação a partir de 2026. Projetada para a sede da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), a unidade (investimento estimado em cerca de R$ 60 milhões) terá capacidade inicial de produção de 3,7 milhões de metros cúbicos de biometano por ano.
O processo de produção se destaca pelo uso de resíduos agroindustriais, particularmente a vinhaça, um subproduto oriundo da produção de etanol. A definição foi selada na última quinta-feira (12), por meio de parceria firmada entre a Coagro (localizada na BR-256, em Campos dos Goytacazes) e ZEG Biogás. O início das obras está previsto para outubro.
“Estamos agregando valor à nossa produção em benefício dos nossos cooperados”, comenta o presidente da Coagro, Frederico Paes destacando: “O projeto é um marco na história; a primeira usina de biometano no estado do Rio de Janeiro, a partir da vinhaça. Este é um projeto inovador com alta tecnologia que em breve estará produzindo para todo o Brasil”.
O diretor da ZEG Biogás, Eduardo Acquaviva, analisa que a nova usina arca um avanço significativo na transição energética da região e no desenvolvimento sustentável: “Não só fornecerá um combustível limpo e eficiente, mas também impulsionará a economia regional e criará novas oportunidades de emprego. O projeto contempla a possibilidade de ampliação na geração de biogás, caso haja uma maior disponibilidade de biomassa”.
Acquaviva realça que, com um aumento na biomassa, é possível impulsionar a produção agroindustrial local ou até mesmo incentivar a plantação de novas culturas que ainda não foram amplamente exploradas na região. “Essa parceria resulta da cooperação mútua entre empresas que entendem a urgência da transição energética para uma economia de baixo carbono”, pontua.
REPERCUSSÃO – O diretor relata que, o biometano, por ser um combustível limpo e socialmente responsável, desempenhará um papel crucial em posicionar o Brasil como uma potência energética renovável em um futuro próximo: “Os Mecanismos de Ajustes de Carbono na Fronteira (CBAM) serão aplicados aos produtos destinados à exportação para a União Europeia a partir de janeiro de 2026”.
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Na avaliação de Acquaviva, a necessidade de um combustível limpo que possa ser produzido economicamente para substituir os combustíveis fósseis na região portuária se torna essencial, dadas essas condições: “Isso poderá gerar um diferencial significativo na criação de corredores sustentáveis em nossa economia”, conclui o executivo”, assinala.
Frederico Paes acrescenta que “a construção da primeira biorrefinaria de biometano da região posiciona a Coagro como pioneira no setor e reafirma seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade, contribuindo significativamente para a transição energética na região e no Brasil”.
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