Especialista acredita que, Europa e China com tarifas maiores, se abre um caminho para melhores oportunidades comerciais para o Brasil
GABRIEL BACCI
09/04/2025 09h34 – Atualizado há 7 horas
O recente pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, popularmente chamado de “Tarifaço”, e a “guerra tarifária” consequente desse movimento, tem levantado debates sobre como suas amplas consequências refletirão na economia global e, especialmente, na brasileira. Nos Estados Unidos, especialistas afirmam que, ao impor as tarifas, o presidente cria riscos de inflação e desaceleração no crescimento. O banco Goldman Sachs, por exemplo, aumentou as chances de o país entrar em recessão para 45%, citando as tarifas como um dos principais motivos.
Para o Brasil, os efeitos têm sido avaliados pelas esferas federais do Executivo e Legislativo, com movimentos e afirmações do governo federal e no Congresso Nacional. Embora as exportações brasileiras sejam taxadas em 10% (taxa inferior às de muitas economias que mantêm laços comerciais com os EUA, como a China que agora tem uma taxa de 104%), a aplicação desta tarifa desafia os principais setores da economia nacional, como o agronegócio e a indústria metalúrgica. “No entanto, essa situação também pode abrir oportunidades para o nosso país. Com a China e a União Europeia estando sujeitas a tarifas maiores, o Brasil pode ganhar competitividade em mercados onde anteriormente enfrentava forte concorrência” afirma Rodrigo Barreto, professor de Administração da FEI (Fundação Educacional Inaciana) e Mestre em Economia Empresarial e Finanças.
Entretanto, Barreto ainda indica que não devem ser negligenciados os efeitos indiretos. A desaceleração econômica global, agravada pela perspectiva dos Estados Unidos de entrar em recessão, provavelmente diminuirá a demanda por commodities, o que prejudica a agricultura do Brasil. Segundo o professor, o mesmo se aplicaria à volatilidade subsequente dos mercados financeiros, que pode impactar o fluxo de investimentos para economias emergentes, como a brasileira.
“É essencial que o Brasil use uma abordagem diplomática assertiva para mitigar riscos e buscar oportunidades. Iniciar a formação do mercado ou aceitar acordos de cooperação e assistência com outros países é um método eficaz de fortalecer a influência brasileira no comércio internacional”, avalia o professor da FEI.
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GABRIEL LUZZI BACCI
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