No mês de maio, momento em que se celebra o Dia do Trabalho, o debate sobre saúde mental no ambiente corporativo ganha força com a NR-1/2025, nova norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que exige das empresas a identificação e o gerenciamento de riscos psicossociais dos colaboradores, que inclui estresse, assédio e sobrecarga psicológica.
O primeiro ano de vigência da norma será considerado um período de educação e adaptação. As empresas terão até maio de 2026 para se adequar plenamente às novas exigências, sem aplicação de penalidades durante esse prazo. A medida visa garantir que os empregadores tenham tempo para revisar políticas internas, treinar equipes e implementar ferramentas de apoio que atendam à nova legislação.
A medida chega em um momento oportuno: segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com base em registros do INSS, o Brasil registrou em 2024 quase meio milhão de afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o maior número da última década. Questões como ambientes tóxicos e a falta de reconhecimento estão entre os principais vilões da saúde emocional dos profissionais.
“O trabalho pode ser uma importante fonte de realização, mas também pode afetar diretamente a saúde mental se não houver equilíbrio e apoio adequado. Passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho — e isso não pode ser ignorado”, alerta o Dr. Gustavo Vinent, médico e supervisor de Saúde Ocupacional do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas ‘Dr. João Amorim’.
A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 reforça a obrigatoriedade de que os empregadores incluam os aspectos psicossociais em seus Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR), com ações práticas como o mapeamento de fatores de sobrecarga, treinamentos para líderes e equipes, canais de apoio psicológico, revisão de metas e políticas internas, além de monitoramento contínuo do bem-estar emocional.
“A NR-1 inaugura um novo momento nas empresas, em que a saúde mental deixa de ser um tabu e passa a ser uma responsabilidade clara da gestão”, destaca Dr. Gustavo. “O setor de Saúde Ocupacional passa a ter um papel ainda mais estratégico, atuando com o RH e a Segurança do Trabalho para mapear riscos e oferecer suporte contínuo aos colaboradores.”
Além dos prejuízos humanos, os transtornos emocionais têm impacto direto na produtividade, com aumento de erros, dificuldades em cumprir prazos e índices altos de absenteísmo. “O colaborador até pode estar fisicamente presente, mas se estiver emocionalmente esgotado, o rendimento cai drasticamente”, reforça o médico.
Apesar da crescente conscientização, muitas pessoas ainda resistem a procurar ajuda profissional. Essa resistência, segundo o especialista, pode estar relacionada ao estigma social, à falta de informação sobre a importância do cuidado, a crenças equivocadas de que é possível lidar com tudo sozinho, ao acesso limitado a psicólogos, além do medo de serem mal interpretadas ou prejudicadas em seus ambientes de trabalho. “Muitos ainda enxergam o estresse e o esgotamento como algo ‘normal’ e como parte do processo, principalmente em rotinas exigentes. Isso precisa mudar”, pontua.
O médico também destaca a importância do SUS no apoio à saúde psicossocial dos trabalhadores, especialmente por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), que oferece cuidado próximo das comunidades, com equipes multiprofissionais que identificam sinais de sofrimento psíquico e promovem ações preventivas, como palestras, grupos de apoio e acompanhamento individualizado. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) continuam sendo referência no atendimento a casos mais complexos.
Para o Dr. Vinent, promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é uma das formas mais efetivas de prevenir quadros de estresse emocional e esgotamento mental. “É preciso estabelecer limites, valorizar pausas, reconhecer conquistas e praticar atividades que tragam bem-estar.” Ele também aponta estratégias simples para o dia a dia: “Respeitar horários, fazer pausas regulares, manter uma boa alimentação, praticar atividades físicas e buscar ajuda profissional são atitudes que fazem diferença.”
Sobre o CEJAM
O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
Reforçando seu compromisso com a sustentabilidade, em 2024, tornou-se signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas. No ano de 2025, a instituição lança a campanha” 365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade”, em apoio aos princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança). Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição.
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Vitoria Rosa Barros
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